Depois de muitos debates sobre o não pagamento do repasse salarial , professores do município fizeram outra manifestação no dia de hoje em frente ao Gabinete do Prefeito (foto destaque).
Apesar de todas as tentativas continua o impasse e o enfrentamento dos gestores com o Sindicato dos Professores, numa demonstração de que a prioridade da Prefeitura não é resolver a crise no curto prazo. Prova disso veio com a entrevista dada pelo Prefeito em uma rádio da cidade, onde, em tom diferente do que pregava em campanha, o mesmo fez desafios e se “auto intitulou” um prefeito forte, que não cede a pressões como outros “prefeitos fracos”, no entender dele.
Duas situações chamaram a atenção durante a entrevista, as quais pretendo fazer os seguintes destaques:
- Marabá em determinado momento disse que perguntaria a população se ela estaria disposta a abrir mão do asfalto na frente de sua casa, ou abrir mão do Hospital e do atendimento à saúde, caso ele decidisse pagar o que os professores estão pleiteando. Para quem se deixa enganar, foi uma desculpa perfeita, um apelo de artista, haja vista que verbas da Educação e da Saúde têm seus repasses independentes e não se misturam com dinheiro pra fazer “recapeamento asfáltico”;
- A outra questão que chamou a atenção na entrevista foi o fato dele dizer que: caso o município seja obrigado judicialmente a pagar o repasse, ele pagará, inclusive de forma retroativa. Ora, para fazer tal afirmativa isto significa que o município PODE PAGAR o que os professores reivindicam, mas só o fará se for por ordem judicial.
A partir da última afirmativa pesquisando no sistema SIGA as informações repassadas pela Prefeitura para o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) chegamos a seguinte constatação: O Município arrecada quase o dobro do valor que paga na Folha de Salários dos Profissionais da Educação.
Conforme pode ser visto nas Planilhas (link abaixo), nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o município teve uma receita arrecadada no valor de R$ 19.701.738,25, enquanto que a Folha de Pagamento dos Professores ficou em R$ 10.891.097,09 (valor líquido + retenções legais).
Agora faça a seguinte conta comigo: se pegarmos os R$ 10.891.097,09 e aplicarmos o reajuste de 33%, teremos um valor de 14.485.159,12, ou seja, mesmo com a aplicação do índice pleiteado pelo Sindicato, considerando as receitas, ainda teríamos sobra de recursos oriundos dos repasses para a Educação. Diante disso e de todas as evidências a pergunta que fica é : Por que não pagar o que é direito dos Professores?
RECEITA FUNDEB JANEIRO E FEVEREIRO DE 2022
DESPESA PROFISSIONAIS MAGISTÉRIO JANEIRO E FEVEREIRO DE 2022
Redação: Cândido Trilha