Antigamente ouvíamos falar que ser Vice não tinha a menor importância porque dependendo da atividade ou cargo, a figura do Vice era apenas decorativa e tinha como função substituir o Titular na sua ausência. Mas se enganaram redondamente os céticos defensores desta tese quando a historia mostrou, por duas vezes num curto espaço de tempo, Vices assumirem no lugar dos Titulares, no caso de José Sarney com Tancredo Neves, Itamar Franco com Fernando Collor e mais recentemente Michel Temer substituindo Dilma Rousseff.
A verdade é que o Vice importa e muito, especialmente nas eleições municipais onde uma boa escolha de Vice pode definir o pleito, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães nas duas últimas eleições municipais.
Oziel Oliveira fez ótima escolha de Vice em 2016 ao formar chapa majoritária com Vanir Koln e Junior Marabá na ultima eleição optou por formar dobradinha com o jovem vereador Felipe Fernandes, reforçando sua campanha com alguém que tinha votos e aceitação no maior bairro e colégio eleitoral do município, no caso o bairro Santa Cruz.
Mas, apesar da importância que o Vice representa no contexto eleitoral – e que também deveria representar na Gestão – nossa cidade vive um processo que poderíamos chamar de “carma do rompimento”, quando observamos que nos 20 anos de existência do município os prefeitos eleitos cortaram as relações com seus Vices. Foi assim com Oziel / Jacob Lauck, Humberto Santa Cruz / Katherine Rios, Humberto Santa Cruz / Alecrim, Oziel / Vanir Koln e agora Junior Marabá / Felipe Fernandes.
O que no começo sugere um casamento perfeito tem terminado em divórcio e, no último caso, um divórcio litigioso, onde Felipe Fernandes, vice de Junior Marabá, alega ter sido obrigado a procurar a Justiça para garantir espaço físico, móveis, pessoal e equipamentos para seu Gabinete e acesso às dependências da Prefeitura.
Para nós eleitores e cidadãos comuns têm sido difícil entender o que provocou o rompimento político de dois jovens amigos que eram do mesmo partido, cresceram e estudaram juntos, fizeram uma campanha unidos com um discurso de renovação, “do novo” e que com isso obtiveram muitos votos entre aqueles que realmente acreditaram que haveria MUDANÇA.
Alguns apoiadores do Prefeito Marabá falam que o rompimento começou com a eleição da Presidência da Câmara quando o atual Presidente, irmão do Vice Prefeito, se elegeu com o apoio dos vereadores de oposição, mesmo sendo, na época, do mesmo partido de Prefeito e Vice. Dizem ainda, outros apoiadores de Marabá, que a cidade não quer mais a “velha política”, supostamente praticada pela família Fernandes, mas esquecem que o próprio Prefeito antes mesmo de assumir o mandato já havia fechado aliança com antigos caciques da política estadual e regional.
O tempo certamente mostrará se foram acertados os posicionamentos políticos de cada um, já que se vislumbra, no próximo ano, uma possível candidatura de Felipe Fernandes (DEM) para uma vaga na Assembléia Legislativa em coligações que apoiarão ACM Neto ao Governo do Estado. Por outro lado, ao que tudo indica, teremos o apoio de Junior Marabá para candidatos de outras cidades e do PP da região que estarão ao lado do PT de Rui Costa e Jaques Wagner.
Independente das escolhas e dos acontecimentos que provocaram o rompimento entre eles tem sido decepcionante para aqueles que apoiaram a aliança da “mudança”, representada pela chapa dos jovens Junior Marabá e Felipe Fernandes, ver o distanciamento de duas lideranças importantes que a partir de agora trabalham com referências distintas e seguem caminhos divergentes.
E mais uma vez, LEM vive o “carma do rompimento” entre Prefeito e Vice!