Em uma postagem da Prefeitura sobre a construção e reformas de praças, uma munícipe clama ao Prefeito para que ele olhe pela saúde do Município. Imediatamente aparece alguém para fazer o seguinte comentário, em defesa da gestão: “Saúde é um problema de todo Brasil, LEM não é a única cidade do Brasil, e não é falta de dinheiro é falta de profissionalismo por todo Brasil.”
No momento em que estamos a três dias da comemoração do Dia Mundial da Saúde, é desolador ver um comentário desses, que reflete bem os argumentos de quem não quer ser criticado ainda que os serviços estejam precários e em total desorganização.
A saúde pública no Brasil só enfrenta sérios problemas quando existe falta de recurso ou incapacidade e falta de conhecimento dos gestores na organização e hierarquização do atendimento. Como disse o defensor oficial da prefeitura, o problema não é a falta de dinheiro e nisso eu concordo com ele – dinheiro tem sim – o que falta é Gestão!
Para efeito de entendimento, levantamento do IBGE destaca que 59,7 milhões de pessoas – quase 30% da população brasileira- tinha plano de saúde em 2019, número este que cresceu após a pandemia. Esta informação é relevante para se entender que nem toda a população utiliza o SUS, o que diminui a demanda pelos serviços públicos de saúde.
O Plano Plurianual encaminhado pelo executivo e aprovado pela Câmara de Vereadores previu uma destinação de recursos para a Saúde no valor de mais de R$125.884.450,00 (veja matéria do nosso Blog)
Considerando o valor estimado acima para os 12 meses do ano, presume-se que o município pode destinar pelo menos 10 milhões de reais por mês para a saúde, mas ao que parece e considerando toda a precariedade do atendimento, isto não tem acontecido. Será que os recursos da saúde estão sendo aplicados em recapeamento asfáltico? Essa questão, entre outras, merece o esclarecimento por parte do Prefeito.
Vale destacar que a Constituição Federal prevê em seu artigo 199 (parágrafo primeiro) a possibilidade de terceirização dos serviços de saúde, uma vez que os municípios, por si só, não conseguem suprir todas as necessidades de atendimento, em especial nas ações de média complexidade que demandam profissionais especializados e recursos tecnológicos para apoio diagnóstico (exames de imagem, por exemplo).
Com esse valor estimado e a existência de instituições particulares em nosso município (Hospital São Camilo e Hospital Silvestre, entre outros), não dá pra entender por que ainda existem pacientes esperando por uma consulta em pediatria ou oftalmologia, uma tomografia ou uma ressonância magnética, quando a cidade dispõe de recurso financeiro e prestadores de serviços capacitados. Repito: Falta gestão e vontade política para resolver.
Resta dizer a toda a população e aos defensores desavisados que é MENTIRA a afirmação de que a saúde publica é precária em todo o Brasil. Pelo contrario: nos municípios onde se prioriza a valorização dos profissionais da saúde a organização do sistema e a gestão técnica qualificada, o SUS funciona perfeitamente.
A todos os profissionais do SUS, que mesmo com a falta de recursos, condições de trabalho e falta de gestores qualificados, têm realizado seu trabalho, o nosso respeito e consideração.
Dia 07 de abril – Dia mundial da Saúde – O SUS funciona quando é bem administrado!
Redação: Cândido Trilha